domingo, 29 de agosto de 2010

Codinome


"não quer mais senão escrever teu nome.
E ainda que o cale meu sombrio amor
mais tarde o dirá a primavera".

* Pablo Neruda, XCVIII, em Cem Sonetos de Amor.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Tom em tom

Tenho pensado muito em tons, nas minhas adaptações de acordo com os ambientes. Creio ter passado, em alguns momentos, de um silêncio discreto a um palavreado ácido e irônico. De um sentimentalismo exacerbado ao despreocupado falar despudorado.

Minha intenção, ou melhor, minha preocupação não é agradar. Talvez seja de ser inserido em novos contextos, experimentando sucos que podem ser doces. Alguns até são, mas já percebi que logo azedam. Outros são tão bons, mas não consigo me encaixar literalmente neles.

Penso nisso agora na vontade de encontrar o tom entre o não e a imposição singela. No desejo de ligar pontos sem sair de uma reta.

* Ler escutando Aquela, de Marisa Monte.

Liga e desliga

domingo, 22 de agosto de 2010

Abrazos rotos


Levei um bom tempo para ver o último filme de Almodóvar. Passado o turbilhão de motivos para isso, e imerso em um possível trabalho da pós, finalmente assisti à película. Precisei digerir por um tempo a história para decidir pelo gostei. Faltavam cores, núcleos secundários de personagens, surrealismo. Mas, de fato, apresenta o novo caminho que o espanhol vem galgando desde Fale com Ela.

A paixão exacerbada, a trilha sonora dita brega e as frases de efeito continuam. Contudo, os personagens femininos, aqui, dão lugar a um macho alfa onipresente – até o lado gay da história é recalcado.

A narrativa versa sobre a paixão de um diretor por uma atriz de seu filme, e os desdobramentos [ciúme, tragédias] que isso provoca. O tom é mais clássico, o figurino é impecável e Penélope continua estonteante como sempre. Delicioso também ver a homenagem feita a Mulheres à beira de um ataque de nervos. No fim, achei que a película funciona como uma homenagem ao universo recriado do autor e ao amor exacerbado dele pelo cinema. Singelo e bonito, em resumo.

sábado, 21 de agosto de 2010

Tempo


Preciso largar a mania de queimar etapas. Não segurar o choro se ele vier, esquecer o dia final da viagem quando ainda estamos no primeiro dia, deixar o receio profissional para quando ele realmente for necessário.

Aprender, também, que amor é uma construção, leva tempo para ser, às vezes mais ainda para deixar de ser. E que nada, nem ninguém, substitui uma ausência, a não ser a dor, substituída depois pela calmaria do tempo e pela cicatriz da lembrança.

domingo, 15 de agosto de 2010


"Ay! lo que estuvo tan cerca
sin que pudiéramos saber.
Ay! lo que no podía ser
cuando tal vez podía ser".

* Pablo Neruda, El tiempo que no se perdió, em El corazón amarillo.

sábado, 14 de agosto de 2010

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Fiquei sem voz hoje. Mas continuo cheio de ideias e esperanças.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Help, i need...

Bom receber atenção de quem não se espera, nem se conhece direito. Sei que não é um tratamento especial, um olhar redobrado. É o cerne, que pode não aparecer quando não se quer. Louvável a atitude, a filosofia de vida. E parafraseando Blanche Dubois, de um Bonde Chamado Desejo: eu sempre acreditei na bondade de estranhos.

domingo, 1 de agosto de 2010