segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Querendo deixar tudo branco, tinindo. Durante o processo, me manchando de vermelho.

domingo, 27 de novembro de 2011

O que pode ser verdade

De repente, veio aquela vontade de dizer: “estava com saudade de você”. Já era sentido, comentado com alguns próximos. No encontro inesperado, de boca cheia, limpa, falei. Era apenas saudade, sentimento bonito. Não vi meu sorriso. Não lembro, mas creio que foi um daqueles bonitos que guardo para momentos assim, digamos que singulares.

Em um dia, uma frase dessas. Antes, várias frases escritas, também saídas com a espontaneidade que mereciam. Atitudes bem minhas, mas, como conversado nesta noite, sem teor de melancolia, de exacerbação. Só com a constatação que alguns atos podem ser por si só, só pelo prazer de ser verdadeiro consigo, sem esperar mesmo nada – talvez um sorriso sem resposta, como o recebido pela frase da saudade.

Meio cabreiro para não atrair energias negativas, histórias e pessoas que só possam trazer, neste momento, complicações. E totalmente aberto a ser verdadeiro, a falar sem medo e vergonha; a me emocionar com quase nada, com o simples, com as músicas que transbordam e explicam um momento, uma história. Ainda bem.

"Sim, eu sei que vieram chuvas
Noites cheias de céu vazio e vão
Cruzei o mar
Estrada além
Tô aqui pra ver se ainda bate, pulsa
Ainda bem"

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

sábado, 19 de novembro de 2011

Dá medo isso de ter tantos sinais em volta. Todos trabalhando para o bem maior de quem já teve o coração ferido demais. Quem diria que, além de sonhador, eu seria sensitivo. Medo? Deixei de lado. Quando pequeno, via o vulto negro. E hoje meu tio confirmou as presenças na antiga casa. Depois disso, é um prazer ver a luz branca emanando. Daí eu rezo e peço pelo bem. Dele e nosso. Creio que está dando certo.

E mais uma vez o Personare dá o sinal necessário para entender que a vida é cheia de quebra-cabeças. Que as aparências, as sensações enganam, e muito. É, talvez a canção do momento seja Acabou-se assim. Música para os acontecimentos. Se fosse para mim, seria algo relacionado às fênix ou algo do gênero. Vivamos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Vício de amar nº 5

"No habrá nadie en el mundo
Que cure la herida
Que dejó tu orgullo"

Paciência e liberdade

Logo eu, sempre apressado para existir. Correndo para construir um futuro que eu achava ser o certo, resquícios do ouvido quando criança, algo que grudou, ficou e complicou alguns passos posteriores.

Logo eu, ansioso. Coração acelerado, unhas roídas (ruídas). Leves espasmos, voz mais grossa de timidez, frases curtas, olhos esbugalhados por conhecer o novo.

Logo eu, logo eu que tanto quis. Logo eu, que tanto corri. É, diminuí o passo. Aconteceu sem eu querer, mas como um homem adaptável, decidi me submeter. E cá estou.

Nas caminhadas, agora quase diárias, uma palavrinha fica martelando na cabeça: liberdade. Eu que tanto quis conciliar minhas vontades com o que eu fazia realmente da vida, tenho conseguido.

No meio do caminho, também aparece o passado, vez por outra a palavra saudade surge (como agora), a ansiedade por voltar a ser o que era (e ter o que tinha) surge. Passa, e logo. É só deixar de pensar e permitir umas novas músicas inundarem a cabeça.

É, além de liberdade, paciência também está nas prerrogativas dos dias. Logo eu, sempre querendo correr, me vejo respeitando o tempo de cada um, principalmente o meu. É como se a pupila ainda não estivesse dilatada suficientemente para o início da tal maratona – o que não significa que o aquecimento não esteja sendo feito, cada um do seu jeito.

Logo eu, logo eu. Cá estou. Tentando ser limpo. Esperando pelo tempo. Com paciência e curtindo tudo com o sorriso de quem tem a liberdade de se deixar permitir. Até ao nada.


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"Quien me quiera amar,
amará también lo peor de mi, con ardor".

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Hoje

Cheguei a minha casa ontem satisfeito por dentro. Dá até certo medo da instabilidade desse bem-estar. É como diz a música: tristeza não tem fim; felicidade, sim. Espero, pelo menos, que a minha seja duradoura; que eu continue com as perspectivas, mas sem as expectativas – até porque a vida não facilita tanto e eu sempre me meto em umas histórias barrocas ou com ângulos de.

Ah, o motivo para o bem-estar? Saber que tenho um seleto grupo de amigos para toda a obra; que consigo diferenciar quem é apenas colega e tals; que a paz interior é possível com coisas simples, com a retomada de hábitos, com a tentativa de esvaziar a cabeça com pensamentos antes recorrentes. Ser feliz por nada é o que me basta momentaneamente.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011


"Disfarcei, respirei fundo, recobrei a serenidade como num piscar. Nessas horas, não importam as coisas que me amedrontam, nem os colos que me faltam. Visto uma armadura de não-sei-o-quê, engulo o tremor e calo a minha ingenuidade". C.G.

sábado, 5 de novembro de 2011

Feito pra acabar

Hoje em dia é assim: antes mesmo de tirar totalmente do coração, exclui-se do Twitter, do Facebook, do MSN ou de qualquer outra rede social. É como se o significado fosse: a vida segue. Espera-se que siga.

"Acabou-se assim,
Ninguém jamais falou o que aconteceu"

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Se não for amor, se não for paz, eu cegue


Este será mais um daqueles textos com muito fluxo de pensamentos, excertos que parecem desconexos, sentimentos, muitos sentimentos. Bem eu.

[...]

Lembro de estar numa cidade cinza, fria, e sozinho no segundo dia das férias. Cabeça a mil, saudade de sangrar o peito. Música na cabeça, imagem quase que projetada ao meu lado. Engoli o choro. Andei, andei. E foi o que mais fiz nos últimos 20 e poucos dias. Andar. Andar pra longe de mim, tentando encontrar um novo lado. Nada de avesso. A mesma forma, só que diferente.

Passei pouco mais de 20 dias admirando fachadas de prédios, as folhas (verdes, laranjas, secas), o horizonte cinza. Parei em frente a muitos quadros (Picasso, Dalí, Velázquez, Monet, Manet, Renoir, Degas, Leonardo...). Fiquei atento aos pequenos detalhes da vida. As crianças correndo, os jovens andando e digitando mensagens, os músicos dos metrôs. Sentindo o vento tocar o rosto.

Pensei muito. Ficar sozinho boa parte do dia dá nisso. Também consegui não pensar – e como é bom não pensar, deixar a cabeça apenas processar o que está acontecendo ao redor, deixar o corpo sentir as sensações exteriores.

Quando vi, minhas unhas já estavam enormes – logo as minhas, roídas incansavelmente. Para mim, isso significou relaxamento, desapego. Leveza – ou a paz de estar em paz com Deus. E quem diria que o coração pode parar de batucar por várias horas do dia e apenas bater como deve.

Eu consegui ficar bem. Com menos de uma semana de férias, eu já podia dizer: estou feliz, estou em paz. E como é bom ter isso, mesmo com uma saudadezinha a martelar.

As férias acabaram, o frio foi embora, o sol começou a aparecer antes das 6h. A vida precisou voltar ao normal, foi preciso pegar táxi, saí depois das 5h da farra. Estava tudo no lugar, tudo como era. Eu só espero não ser exatamente como era.

Ontem, tive um dia lindo, só de amor, só com amores. Cheguei em casa feliz, depois de conversa franca com um lindo casal imagético; depois de um abraço apertado, com direito a gritinhos, choros, sorrisos por causa das lembrancinhas e a confirmação de uma amizade eterna; depois de ver meu Almodóvar (menos colorido, mas ele); e depois de acabar o dia parabenizando outro grande amor.

Eu só sei que estou leve. Com algumas perspectivas, mas sem muitas expectativas. Ao nosso amor o que há de vir, como diz a música. E faça o que faça, por favor, não tirem essa paz daqui, não tirem o sorriso estampado da minha alma – ele até pode não estar no rosto, mas garanto que ele está por dentro.

E que a vida venha com tudo – e como é uma delícia esperar pelo o que o mundo pode nos oferecer.