quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Outra vez

Revistas velhas, bilhetes antigos, recortes de jornais. Três bolsas abarrotadas de lembranças foram ao lixo. Nem eram lembranças das fortes, mas fiquei acabado no fim do dia – sempre difícil praticar o desapego.

O quarto continua cheio de pertences, sem espaço. Mas, agora, organizado. Algumas fotos do mural foram modificadas; algumas lembranças, impossíveis de serem jogadas, acabaram guardadas bem no fundo do baú. Mudanças pequenas, mas tudo bem no caminho que venho seguindo.

E ontem, depois de um turbilhão de felicidade, chego ao meu quarto e só consegui pensar em saudade. Melhor com, principalmente quando ela tem sabor de vida, e não de tristeza. Já já, quem sabe, ela não se transforma em algo como um bilhete antigo, amarelado, que a gente vê, recorda, guarda e coloca para dormir por mais um bom tempo.

"Me esqueci!
De tentar te esquecer
Resolvi!
Te querer, por querer"


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A arte de amar de novo

Noite, casa ainda na balbúrdia. Me pego deitado, som ligado, encarte do CD em mãos. Tanto tempo sem isso. É, de repente, descubro a arte de amar de novo. As letras tomam outras proporçoes. Saber que a música é do próprio artista ou de Bob Marley... Isso acaba fazendo diferença no ouvir. Leio as dedicatórias, onde foi gravado, vejo as fotos e desenhos. Entro em outro mundo, monto mais um mundo meu.

Daí, lembro da tatuagem: eu, nós, todos. Como se o resgate desse amar, de certa forma incentivado ou roubado de outro, só ratificasse o escrito no riscado corporal. Ah, sendo assim, acrescento outras tantas manias nessa lista: DVDs, sorrisos... Eus roubados de outrens. Mas eus.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

De tanto não parar a gente chegou lá

O que fazer quando não se cabe em si? De saudade, de vontade, de preguiça, de trabalho, de vida? Ando, ainda, tão bagunçado, tão desorganizado, que misturo tudo e só quando paro para ouvir uma música, para olhar a rua enquanto caminho, parece que algo se agrega e se organiza realmente. Encontro com mais de dois amigos está terminantemente proibido no momento. Reunião familiar só em caso de extrema necessidade. Brincando de ilha, de casulo, e abrindo poucas exceções para compartilhamento.

Por esses dias, comecei o processo de rabiscar mentalmente as promessas para 2012. Ao mesmo tempo, vou limpando as arestas, jogando fora os antigos bilhetes (de amor?), deletando contatos das redes sociais. Tirando gente do pensamento, tirando pseudo-amigos do convívio. Nisso, percebe-se como poucos fazem falta de verdade, como muitos são dispensáveis, como outros não precisam estar o tempo todo junto para ser, como faz bem perceber tudo isso.

Nos passos curtos para acabar 2011, mas já sabendo que será preciso correr em 2012 para compensar tantas decepções, tantas perdas, tantas crises e alguns choros compulsivos. 2012, ano do lilás e ano de correr atrás de outros objetivos. Meus objetivos. Se a gente não para, é bem capaz de chegar lá.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

" : casa comigo, em um domingo na praia, e viver uma história pra sonhar".

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Querendo deixar tudo branco, tinindo. Durante o processo, me manchando de vermelho.

domingo, 27 de novembro de 2011

O que pode ser verdade

De repente, veio aquela vontade de dizer: “estava com saudade de você”. Já era sentido, comentado com alguns próximos. No encontro inesperado, de boca cheia, limpa, falei. Era apenas saudade, sentimento bonito. Não vi meu sorriso. Não lembro, mas creio que foi um daqueles bonitos que guardo para momentos assim, digamos que singulares.

Em um dia, uma frase dessas. Antes, várias frases escritas, também saídas com a espontaneidade que mereciam. Atitudes bem minhas, mas, como conversado nesta noite, sem teor de melancolia, de exacerbação. Só com a constatação que alguns atos podem ser por si só, só pelo prazer de ser verdadeiro consigo, sem esperar mesmo nada – talvez um sorriso sem resposta, como o recebido pela frase da saudade.

Meio cabreiro para não atrair energias negativas, histórias e pessoas que só possam trazer, neste momento, complicações. E totalmente aberto a ser verdadeiro, a falar sem medo e vergonha; a me emocionar com quase nada, com o simples, com as músicas que transbordam e explicam um momento, uma história. Ainda bem.

"Sim, eu sei que vieram chuvas
Noites cheias de céu vazio e vão
Cruzei o mar
Estrada além
Tô aqui pra ver se ainda bate, pulsa
Ainda bem"

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

sábado, 19 de novembro de 2011

Dá medo isso de ter tantos sinais em volta. Todos trabalhando para o bem maior de quem já teve o coração ferido demais. Quem diria que, além de sonhador, eu seria sensitivo. Medo? Deixei de lado. Quando pequeno, via o vulto negro. E hoje meu tio confirmou as presenças na antiga casa. Depois disso, é um prazer ver a luz branca emanando. Daí eu rezo e peço pelo bem. Dele e nosso. Creio que está dando certo.

E mais uma vez o Personare dá o sinal necessário para entender que a vida é cheia de quebra-cabeças. Que as aparências, as sensações enganam, e muito. É, talvez a canção do momento seja Acabou-se assim. Música para os acontecimentos. Se fosse para mim, seria algo relacionado às fênix ou algo do gênero. Vivamos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Vício de amar nº 5

"No habrá nadie en el mundo
Que cure la herida
Que dejó tu orgullo"

Paciência e liberdade

Logo eu, sempre apressado para existir. Correndo para construir um futuro que eu achava ser o certo, resquícios do ouvido quando criança, algo que grudou, ficou e complicou alguns passos posteriores.

Logo eu, ansioso. Coração acelerado, unhas roídas (ruídas). Leves espasmos, voz mais grossa de timidez, frases curtas, olhos esbugalhados por conhecer o novo.

Logo eu, logo eu que tanto quis. Logo eu, que tanto corri. É, diminuí o passo. Aconteceu sem eu querer, mas como um homem adaptável, decidi me submeter. E cá estou.

Nas caminhadas, agora quase diárias, uma palavrinha fica martelando na cabeça: liberdade. Eu que tanto quis conciliar minhas vontades com o que eu fazia realmente da vida, tenho conseguido.

No meio do caminho, também aparece o passado, vez por outra a palavra saudade surge (como agora), a ansiedade por voltar a ser o que era (e ter o que tinha) surge. Passa, e logo. É só deixar de pensar e permitir umas novas músicas inundarem a cabeça.

É, além de liberdade, paciência também está nas prerrogativas dos dias. Logo eu, sempre querendo correr, me vejo respeitando o tempo de cada um, principalmente o meu. É como se a pupila ainda não estivesse dilatada suficientemente para o início da tal maratona – o que não significa que o aquecimento não esteja sendo feito, cada um do seu jeito.

Logo eu, logo eu. Cá estou. Tentando ser limpo. Esperando pelo tempo. Com paciência e curtindo tudo com o sorriso de quem tem a liberdade de se deixar permitir. Até ao nada.


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"Quien me quiera amar,
amará también lo peor de mi, con ardor".

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Hoje

Cheguei a minha casa ontem satisfeito por dentro. Dá até certo medo da instabilidade desse bem-estar. É como diz a música: tristeza não tem fim; felicidade, sim. Espero, pelo menos, que a minha seja duradoura; que eu continue com as perspectivas, mas sem as expectativas – até porque a vida não facilita tanto e eu sempre me meto em umas histórias barrocas ou com ângulos de.

Ah, o motivo para o bem-estar? Saber que tenho um seleto grupo de amigos para toda a obra; que consigo diferenciar quem é apenas colega e tals; que a paz interior é possível com coisas simples, com a retomada de hábitos, com a tentativa de esvaziar a cabeça com pensamentos antes recorrentes. Ser feliz por nada é o que me basta momentaneamente.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011


"Disfarcei, respirei fundo, recobrei a serenidade como num piscar. Nessas horas, não importam as coisas que me amedrontam, nem os colos que me faltam. Visto uma armadura de não-sei-o-quê, engulo o tremor e calo a minha ingenuidade". C.G.

sábado, 5 de novembro de 2011

Feito pra acabar

Hoje em dia é assim: antes mesmo de tirar totalmente do coração, exclui-se do Twitter, do Facebook, do MSN ou de qualquer outra rede social. É como se o significado fosse: a vida segue. Espera-se que siga.

"Acabou-se assim,
Ninguém jamais falou o que aconteceu"

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Se não for amor, se não for paz, eu cegue


Este será mais um daqueles textos com muito fluxo de pensamentos, excertos que parecem desconexos, sentimentos, muitos sentimentos. Bem eu.

[...]

Lembro de estar numa cidade cinza, fria, e sozinho no segundo dia das férias. Cabeça a mil, saudade de sangrar o peito. Música na cabeça, imagem quase que projetada ao meu lado. Engoli o choro. Andei, andei. E foi o que mais fiz nos últimos 20 e poucos dias. Andar. Andar pra longe de mim, tentando encontrar um novo lado. Nada de avesso. A mesma forma, só que diferente.

Passei pouco mais de 20 dias admirando fachadas de prédios, as folhas (verdes, laranjas, secas), o horizonte cinza. Parei em frente a muitos quadros (Picasso, Dalí, Velázquez, Monet, Manet, Renoir, Degas, Leonardo...). Fiquei atento aos pequenos detalhes da vida. As crianças correndo, os jovens andando e digitando mensagens, os músicos dos metrôs. Sentindo o vento tocar o rosto.

Pensei muito. Ficar sozinho boa parte do dia dá nisso. Também consegui não pensar – e como é bom não pensar, deixar a cabeça apenas processar o que está acontecendo ao redor, deixar o corpo sentir as sensações exteriores.

Quando vi, minhas unhas já estavam enormes – logo as minhas, roídas incansavelmente. Para mim, isso significou relaxamento, desapego. Leveza – ou a paz de estar em paz com Deus. E quem diria que o coração pode parar de batucar por várias horas do dia e apenas bater como deve.

Eu consegui ficar bem. Com menos de uma semana de férias, eu já podia dizer: estou feliz, estou em paz. E como é bom ter isso, mesmo com uma saudadezinha a martelar.

As férias acabaram, o frio foi embora, o sol começou a aparecer antes das 6h. A vida precisou voltar ao normal, foi preciso pegar táxi, saí depois das 5h da farra. Estava tudo no lugar, tudo como era. Eu só espero não ser exatamente como era.

Ontem, tive um dia lindo, só de amor, só com amores. Cheguei em casa feliz, depois de conversa franca com um lindo casal imagético; depois de um abraço apertado, com direito a gritinhos, choros, sorrisos por causa das lembrancinhas e a confirmação de uma amizade eterna; depois de ver meu Almodóvar (menos colorido, mas ele); e depois de acabar o dia parabenizando outro grande amor.

Eu só sei que estou leve. Com algumas perspectivas, mas sem muitas expectativas. Ao nosso amor o que há de vir, como diz a música. E faça o que faça, por favor, não tirem essa paz daqui, não tirem o sorriso estampado da minha alma – ele até pode não estar no rosto, mas garanto que ele está por dentro.

E que a vida venha com tudo – e como é uma delícia esperar pelo o que o mundo pode nos oferecer.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

E eu só consigo reconhecer aquilo que você deixou de pior: a dor, o vazio, o eterno sonho que nunca existirá.

***

Eu só consigo reconhecer o seu sorriso enigmático. Os olhos de ressaca, um toque leve, mas sugestivo.

***

Ontem, hoje, o que vem.

sábado, 8 de outubro de 2011

Um belo dia muda toda a história. O trânsito mudou, a parada de ônibus deixou de existir, seu telefone dá sempre na caixa postal. Seria minha hora de mudar também?

domingo, 2 de outubro de 2011

A vida sempre me colocou o direito de poder sentir. Quando percebo uma diferença no meu modo de fazê-lo, longo penso se é amadurecimento ou se estou perdendo o jeito - culpa, talvez, das feridas. Hoje, bateu um medo de ser frio, de não mais ser tocado pelos sentimentos. Mas, talvez, um pouco de vento no rosto, o vazio do silêncio, um descanso e outras pequenas coisas possam trazer uma nova vida para quem não deseja sair ileso da arte de sentir.

domingo, 11 de setembro de 2011

O mundo exige que você não deixe os ombros caírem em momento algum. É preciso estar alerta, prestar atenção a todas as palavras e rebatê-las sabendo que a resposta funciona mais como um teste do que como um retorno.

Acredito cada vez mais que viver é uma grande prova. Pena que eu nunca fui muito de querer ser o primeiro lugar. É, a toalha pode cair antes de ultrapassar a chegada.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sempre sábio

" A recomendação aqui é simples, direta e clara: quietude, contemplação, espera. A planta não brota mais rápido por conta do nosso bel prazer e sim por conta de suas reais e naturais necessidades". Personare

Seis

Um ponto, dois pontos, reticências.

Já não há significados a descobrir. Já não há razões para significá-los.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Das palavras perdidas, dos meus secretos

"Mais comedido, fato, mas ainda querendo acreditar que é possível ser feliz com alguém. Que é possível ter o reconhecimento mútuo, como também o carinho, companheirismo e a doação. Porque é difícil deixar de sonhar com um amanhã promissor, quando acordarei de pernas entrelaçadas e um beijo doce de bom dia, diariamente".

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

E o abraço da calma vem de onde menos se espera. É, começo a acreditar na bondade de estranhos, como diria Blanche Dubois.

domingo, 28 de agosto de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Deixou

"Você deixou tudo a tua cara. Só pra deixar tudo. Com cara de saudade".

Você deixou tudo com o seu gosto, com seu cheiro, com seu jeito.

E eu ainda não sei como deixar.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pela metade

Corpo dói, cabeça dói, alma dói. Todo dolorido. Jogando os planos pela janela, fazendo os pensamentos de fogueira. E mudar é preciso – apesar de todas as dificuldades para isso.



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Minha vida e as intersecções entre os dois pontos e o ponto final.

[isso poderia ser nome de livro]


"Minhas chaves estavam lá, guardadas com carinho – ele nem teve tempo de usá-las. Não precisa mais de chaves. Deixou aquelas e levou com ele uma outra chave, não sem antes trancar lá dentro um amor enorme. Essa, ele nunca devolveu".

C.G.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

"Ser amado de graça, por outro lado, não tem preço. É a homenagem mais bacana que uma pessoa pode nos fazer. Você está ali, na vida (no trabalho, na balada, nas férias, no churrasco, na casa do amigo) e a pessoa simplesmente gosta de você. Ou você se aproxima com uma conversa fiada e ela recebe esse gesto de braços abertos. O que pode ser melhor do que isso? O que pode ser melhor do que ser gostado por aquilo que se é – sem truques, sem jogos de sedução, sem premeditações? Neste momento eu não consigo me lembrar de nada".

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O segundo posterior

Às vezes a impressão é que o dia vai ser longo. Não é uma percepção que aparece com o tempo, mas que surge logo ao abrir dos olhos. Sorrir parece um desperdício. As poucas palavras parecem a solução. Ficar sozinho, a saída.

Mas o dia vai passando. Alguns sorrisos brotam, um e outro trazem um pouco de brilho para aguentar os segundos que faltam. O pensamento recorrente se dispersa. Talvez, as soluções, tão simples, brotem. Ainda fico com as poucas palavras, talvez culpa do horóscopo de hoje, que as coloca em um campo minado, como a dizer que o corpo consegue falar mais, que o tempo pode pretender muito além desse momento – pra melhor ou para pior, e é lindo esperar algumas surpresas.

Daí, você percebe que o dia nem acabou ainda. Que dá tempo de aproveitar os segundos que restam. Com ou sem sorrisos, com ou sem palavras. Mas com a cabeça mais centrada. E o celular ligado e carregado para qualquer eventualidade.


“Ando tanto tempo a perguntar
Porque esperar tanto assim de alguém
Percorrendo espaços no mesmo lugar
Não sei há quanto tempo estou a te buscar
Num segundo eu vou
Sabendo e percebendo o seu sabor
Sem ter medo estou
Correndo contra o vento sem nenhum rancor
Ando tanto tempo a perguntar
Porque esperar tanto assim de alguém
Sem saber
Sem qualquer medo de ver”

terça-feira, 12 de julho de 2011

Muito estranho isso de ter verdade. Mudá-la, então, pede paciência, esforço. E mesmo que você ache que está certo, paira uma dúvida.

Dúvida, inclusive, de se arrepender de mudar e precisar depois mudar de novo.

"Help me let down my guard
Make love to me"

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Uma metade

E o primeiro semestre do ano acabou. Começou com uma rolha explodindo antes do tempo, um mal-estar inesperado, uma esperança renovada. Acaba com tantas histórias que me perco entre o “valeu a experiência”, “prefiro nem lembrar” e “foi massa”.

Esse primeiro semestre acaba e começa um novo momento, acho que, infelizmente, sem planos. Expectativas sempre, pena que as dores me fazem perder um pouco daquele lado sonhador – as dores ou a tentativa de ser racional.

Às vezes acho triste não ver o adiante, mas também fico tentando encontrar viabilidade no dia após dia. Às vezes acho triste não confiar tanto nos outros, mas também bom saber separar melhor as pessoas, os graus. Tudo sempre dúbio.

E dá uma vontade de gritar, chorar, espernear e se fazer visto. Nada de amostramento. Só um desabafo. Para começar tudo de novo. Como, eu ainda não sei. Mas vou aprendendo.

"Pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus"


sábado, 25 de junho de 2011

Nem sei qual a cor da dor, diz a letra. Mas, felizmente, sei que amar é bem colorido.

domingo, 19 de junho de 2011

Você sabe

E depois de uma semana, eu li o teu cartão. Tudo repetido, tudo do já dito. Tudo lindo, tudo verdadeiro. Tudo meio nosso. A gente.

E quem diria que seria assim. Falei contigo há pouco e entendi cada trejeito da voz. Aprovação, desaprovação, felicidade, dúvida. Só pelo tom entendo. Quando perto, então, o olhar fica como tradutor.

E nesses dias de felicidades em doses homeopáticas, dá um alívio saber que essa estrutura foi construída, com base sólida e, nas paredes, cores fortes e muitas fotos para recordar. É, se algumas coisas foram feitas para acabar, definitivamente, isso não cabe na nossa história.

"Eu sonhei que estava exatamente aqui, olhando pra você
Olhando pra você exatamente aqui
'cê não sabe mais eu tava exatamente aqui, olhando pra você
[...]
Nada haver ficar assim sonhado separado
Se no fundo a gente quer o dia a dia lado a lado
Eu não vou deixar você com esse medo de se aproximar"


sábado, 18 de junho de 2011

Nascer e renascer. Sempre


“O mundo nasce quando dois se beijam”.

O mundo nasce quando um se espanta. Não há graça se não for assim.

O mundo nasce quando alguém percebe que perdeu tempo naquela história toda, e precisa renascer e encontrar um novo caminho.

O mundo nasce quando você encontra um sorriso pra se apaixonar, e tirar energias dele sempre que preciso.

[...]

É, o mundo nasce tanto. E a gente procurando incansavelmente a melhor forma de renascer nele.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

É muito fácil se perder nesses caminhos todos. Sempre, muito difícil se achar. Mas vamos nós na tentativa da sinceridade.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Dos presentes

Restou um nome de bruma
no meu eterno cansaço.

Restou um tédio de cinza
no meu todo de silêncio.

Tanta tristeza no meu sono imenso.

Hilda Hilst

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Um jeito inédito pra falar de amor

Minha memória está péssima em determinado aspecto – pena que não nos que deve. Bom, hoje, escutei uma frase sobre amor. Algo sobre amar demais, amar errado ou coisa que o valha. Na hora, veio à mente: independente do resultado, o amor existiu – e é delicioso pode amar, ter amado. Como sempre digo, não me importo em exibir o amor como um troféu, independente de ser o amor gordo, limpo, bonito e de sorrisos; ou o amor que machucou, passou, presenteou com lágrimas, abotoou o peito sem anestesia.

Alguns reclamam muito das minhas músicas, dos meus textos, do meu jeito de ser. A maioria não entende que a dor que a música ou o texto pode transmitir não é, necessariamente, minha dor. Também consigo separar o lirismo do triste, a poesia ali contida. Também consigo encontrar felicidade na tristeza. Emocionar-se é, de certa forma, uma alegria. E perder isso, definitivamente, não quero – prefiro me perder entre as letras, encontrar soluções a partir delas, e continuar me perdendo fora delas e partilhando com elas.

Agora mesmo, escuto Atrás da Porta, com Elis. A minha interpretação preferida da pimentinha. Triste? Não. Só sugando o que de bom a música pode me dar. Se trouxer tristeza, o que posso fazer? O que menos quero agora é esconder de mim sentimentos. Aprender com eles, talvez, seja mais sensato.

domingo, 12 de junho de 2011

Os meus perfeitos amores; o meu estranho querer

Apesar de tudo, tive um fim de semana de provas de amor, carinho. Nem sempre é bom pensar nas dores e nas descrenças. Vivamos. É importante acreditar que o caminho pode ser/continuar florido.

"Não quero sugar todo seu leite
Nem quero você enfeite do meu ser
Apenas te peço que respeite
O meu louco querer
Não importa com quem você se deite
Que você se deleite seja com quem for
Apenas te peço que aceite
O meu estranho amor"

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Muito além do nosso eu


"Estou à procura de um livro para ler. É um livro todo especial. Eu o imagino como a um rosto sem traços. Não lhe sei o nome nem o autor. Quem sabe, às vezes penso que estou à procura de um livro que eu mesma escreveria. Não sei. Mas faço tantas fantasias a respeito desse livro desconhecido e já tão profundamente amado. Uma das fantasias é assim: eu o estaria lendo e de súbito, a uma frase lida,com lágrimas nos olhos diria em êxtase de dor e de enfim libertação: "Mas é que eu não sabia que se pode tudo, meu Deus".

***

Nunca li todo. Mas A Descoberta do Mundo, de Clarice Lispector, provavelmente, é o livro que mais saiu da minha prateleira e voltou à leitura. O que tem o maior número de páginas marcadas, sem dúvida. Vez e sempre me encontro por lá. Como nesta semana. Talvez já tenha, inclusive, utilizado o excerto acima. Sem problemas. Algumas situações cíclicas são favoráveis.

Essa história de escrever um livro, traçar um rumo para a própria história, sempre cola comigo. Na semana de aniversário, então... Antes, eu fazia todo um apurado do que foi, do que eu esperava para o pós. Aí tem o tempo, as emoções (boas e más), e a gente começa apenas a esperar o minuto posterior – e pedir apenas paz para caminhar lado a lado.

Amanhã é meu aniversário e minha empolgação maior é saber que um ciclo pode se encerrar – além da felicidade por contar com abraços sempre importantes no término desta jornada. Minha vontade não é de festa – o Personare, inclusive, ratifica meu momento de reclusão. Meu motivo não é de comemorar [...]. O que fica é a esperança que essa pequena mudança traga algo maior, principalmente olhando para dentro.

Nos amanhãs, eu espero relevar mais as ausências e as falhas alheias, esperar menos, principalmente de mim. Saber que a gente quer um tempo, mas o corpo e o coração têm os seus, e eles devem ser respeitados, vividos e enfrentados. Preciso evitar o desperdício, aprender a usar meu tempo e entender quer os projetos são para execução, e não apenas planejamento.

E, independente do amanhã ou do ontem, manter sempre o amor e o sonho vivos aqui.

terça-feira, 7 de junho de 2011

quero tatuar sorrisos. e abortar tristezas.
Respeito muito quem sabe sambar. E quem leva o sorriso sempre, mesmo nas horas inóspitas.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Meditando sobre as flutuações da vida

by Personare

A roda da fortuna


Como diz a canção, Lucas, “tudo muda o tempo todo no mundo”. Não se deixe iludir pela aparente estabilidade das coisas, pois a natureza da vida é a impermanência, a temporalidade, todas as coisas passam, mudam, o que estava no alto cai e o que estava embaixo ascende. Neste momento, tenha sabedoria suficiente para não se deixar levar pelas flutuações da existência, não deixe que seu humor flutue e fique à mercê dos acontecimentos. Mantenha-se firme em seu centro, observando as coisas que acontecem com um maior distanciamento. Fazendo isso, você saberá aproveitar melhor as oportunidades que virão e saberá distanciar-se dos eventuais azares que lhe ameaçarão.

Conselho: Medite a respeito do fato das coisas serem passageiras na vida.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Todo se transforma

A música de Drexler diz assim, que uma série de ações gera um outro par, provavelmente em consonância. E é? É. Se a gente pensar que o suco de abacaxi é o par do fruto processado no liquidificador, tudo bem. Mas e a raiva? Se a gente triturar ela vira um par bom? E o amor, sempre se transforma mesmo em outro amor?

Nas últimas semanas, tenho passado por rompantes de lembranças permeadas por períodos de esquecimento. Ainda agora, quando te vi, tive uma sensação crua, de interrogação. Um quase nulo amor eterno. É, meus dias têm sido assim. Coisas de geminianos.

Agora mesmo, esqueci de tudo. O rompante de tristeza passa, fica a sensação de sossego. Texto incongruente. Shake de amor. Uó. Mais do mesmo.

"Não me escondo do medo de não me reerguer
Do silêncio de uma vida sem você
De tudo o que faltou ser"


segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sou surpreendido quase que diariamente por fatos que me tocam - para o bem ou para o mal. A ligação que a gente não esperava e que nos deixa com um sorriso bobo e sem palavras para exemplificar a alegria daqui para quem está do outro lado da linha. Por outro ângulo, as frases monossilábicas e as atitudes sem sentido de quem você menos espera - e por situações que não valem a pena pensar.

Mais uma vez, hoje, me perguntaram se estou no inferno astral. Respondo que não. Acho que estou sempre entre os sabores e dissabores de quem sente demais - e o tempo todo.

domingo, 29 de maio de 2011

Duas canções de silêncio

Por Vinícius de Moraes

Oxford
Ouve como o silêncio
Se fez de repente
Para o nosso amor

Horizontalmente...

Crê apenas no amor
E em mais nada
Cala; escuta o silêncio
Que nos fala
Mais intimamente; ouve
Sossegada
O amor que despetala
O silêncio...

Deixa as palavras à poesia...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O que era nosso

Aí, hoje, quase que sem querer, a música tocou na rádio. É, aquela que escrevi pra tu, logo no começo. Acho que entreguei em mãos. Busquei agora e vi que também mandei por e-mail – não perco essa mania de querer deixar tudo eternizado. Pois então, tocou. Coisa boa, né? Lembrei de um tempo, lembrei de você, mas só as partes legais. Bom assim, né? Quando a música ainda significa aquilo e ganha novos contornos. Quando você ainda consegue estar em mim assim, em formato de amor sincero, do jeito que o momento pede.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Da tristeza da minha alegria

Até eu canso de repetições. Vim para casa maquinando umas frases, e lembrei que já as tinha escrito alguma vez, em algum dos blogs. Palavras outras. Sentido igual. Mas se esse é o caminho libertário, mesmo que temporariamente, lá vamos nós: escrever.

Escrever do que dói, incomoda. Daquilo que a gente teima em acreditar, mas que, incansavelmente, traz mostras de pouca valia. Pessoas, por exemplo. Poderia eu ter menos confiança? Entregar na medida do tempo, na medida das ações e da história?

Não. Sempre creio no melhor. Que os erros podem tomar contornos coloridos e se esvaírem. Calma, Lucas, calma. Repito. Mas sempre abro os braços. Às vezes, caio e não há o que segure.

A tristeza, nesses casos de decepção, agora ganha um contorno de raiva. Não sei qual o melhor sentimento, mas sinto que a dor passa menos tempo dessa forma. Se é assim, mesmo que soe egoísta, que seja.

Falando nisso, lembrei agora de um texto da época da faculdade. Cadeira de fotografia. Escolho a preferida da infância. Sorriso sóbrio, olhos arregalados. Um brilho que, até hoje, quero ter novamente. Inocência, de quem acha que só existe sonho, amor. Aí, vive-se, cai, perde-se um pouco do brilho. Pensa-se em esquecê-lo, deixar de ser o que era e ser o que se é.

Mas não. Ainda quero aquele brilho. Não, ele não voltará, mas fico satisfeito com seu simples contorno, com uma cópia menos colorida. Que ele fique cinza com as decepções, com os dissabores da vida. Mas que ele mostre pitadas de esperança, nem que seja de vê-lo brilhar outra vez.

"É tão difícil olhar o mundo e ver
O que ainda existe
Pois sem você meu mundo é diferente
Minha alegria é triste"

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Seguir o ar

Eu sou do tipo que passa muito tempo maturando informações. Sou capaz de lembrar frases de e-mails escritos/recebidos há metade de uma década. Às vezes, o fato não faz mais nem sentido, não há mais ligação nenhuma entre os interlocutores, mas fico pensando e criando situações para “resolver” a questão.

Uso muito o “se”. Sou paciente, apesar de taxado como instável – acho que é uma questão de saber envolver. Hoje, perco a paciência fácil. O mesmo acontece para pegar abuso de pessoas. Aprendi a mostrar mais minhas emoções ruins: ser chato, dar fora, não engolir certos desaforos.

Escuto, há algum tempo, um conselho, e teimo em me fazer de rogado. Semana passada, escutei novamente, de quem nem conhecia. Chegada a hora de deixar de ser? É. Hora de deixar a estrada escolher seus outros rumos – mesmo sentindo que alguns esforços continuam sendo como se estivesse em uma batalha entre dois mundos.

Oficialmente, eu já estaria no meu inferno astral. Acho que já o tive tanto este ano. Agora, mesclo minha bipolaridade, mas, especificamente há uma semana, teimo em sorrir, apesar dos problemas, dos entraves, dos desenlaces. Hora de sorrir? Sim, verdade. Fácil? Não mesmo. Mas preciso abrir as portas para os bons ventos entrarem. E fechar as janelas para evitar que a poeira volte a inebriar.


“E hoje que eu sou mesmo da virada
E que eu não tenho nada, nada
Que por Deus fui esquecida
Irei cada vez mais me esmolambado
Seguirei sempre cantando
Na Batucada da vida”

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Lulu dela

[escrito ontem]

Passei o dia com palavras na cabeça. Foi só sentar aqui, veio o nó. Inventei de lembrar da última vez que nos vimos. Não teve troca de olhares. Só ela de costas, meu beijo na sua cabeça, as mãos acariciando rapidamente os cabelos lisos e grisalhos. Uma semana depois, a beijei, alisei seu cabelo, mas ela não podia mais me chamar de Lulu. Ainda bem que eu continuo podendo ser o Lulu dela.

Alzira, minha velha ou qualquer codinome que nos unisse fez as tardes da minha infância serem recheadas com vitamina de banana, tapioca feita na hora, dida chupada na calçada, para interagir com o povo da rua. Teve uma filha, criou mais um casal (minha mãe, inclusive, que, na verdade, é sobrinha). Sete netos, um bisneto. Nada de muita frescura, o carinho era do jeito dela. E todos brigavam para dormir com ela na cama de casal. Sempre.

Talvez ela seja a saudade que mais dói por aqui, dentre tantas e tantas. Um pouquinho mais sabendo que amanhã [hoje] seria de comemorar nova idade. O único choro consciente que ainda se abre no peito, no momento. E a vontade imensa de poder dizer um último (será que eu disse alguma vez?) eu te amo. Chamar de Velha, Zira, Mãe. E escutar o grito que era meu, só meu. Lulu.

“Me mostre um caminho agora
Um jeito de estar sem você
O apego não quer ir embora
Diaxo, ele tem que querer”

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cicatriz e cicatrização

Eu sou assim – apesar do incômodo que isso gera. Uma manhã e tarde de melancolia. Tristeza, até, depois de uma semana todo alegre, saltitante, esperançoso. Aí recebo boas novas de duas pessoas que merecem cada segundinho de felicidade. Isso, de certa forma, muda o meu humor. Sai essa tristeza/melancolia, fica um rapaz um pouco silencioso, mas levemente feliz e esperançoso pela felicidade alheia – e para que chegue seu momento de ser mais pleno (porque nem tudo é um mar de problemas, né!).

E entre um gole e outro, uma lembrança e outra, uma saudade e outra, vamos construindo um castelo bem irregular. Mas que, apesar dos percalços, me deixa orgulhoso. Porque também é bonito exibir cicatrizes. A cicatrização também.
Talvez esse fosse o grande problema: sempre esperar algo no dia seguinte. Nem que fosse a percepção de que o dia anterior de nada valera.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Porque se ama

Há quatro anos, aprendi que se ama incondicionalmente mesmo sem conhecer o ser amado. Quatro anos depois, felizmente, tive a certeza do amor em um abraço de chegada, e num sorriso que reluz vida. Certeza também que existe amor que não pede nada, só existe.

Aprendi também que é possível amar de uma forma meio bronca. Sem nenhuma palavra de afeto, sem nenhum contato que possa parecer mais íntimo. Apenas pelo dia a dia, por uma conversa sorrateira, por um cuidado que parece não ser, por quase nada. Só por parecer um amor invisível.

Aprendi que o amor pode ser complicado. Achar que é isso, depois aquilo, depois nenhuma das duas coisas: um misto. Às vezes assim, nos dias pares; às vezes assado, nos dias de tormenta. E mesmo confuso, mesmo cuidadoso, entre mãos entrelaçadas ou não, continuar amando.

Entendi que se erra muito amando. Se perde muito no caminho do amor. Mas, do nada, numa viela estreita, o amor se mostra de novo, outro, renovado, dando até vontade de dizer que se ama, de boca cheia mesmo – amor gordo –, mesmo que o ideal não seja dizer isso. Mas se diz, num gesto, num comentário simples, no silêncio demorado do olhar na hora da despedida.

Aprendi que o amor se preocupa, cuida ao seu modo, mesmo parecendo o modo incerto. O amor se revela na intimidade, na associação que se faz de tudo com o amado, da saudade que chega depois de 20 minutos da presença.

Se ama de tanto jeito, o tempo todo. Se desama também, mas disso não quero falar. Só quero falar que se ama, agora tentando não pedir mudanças, sem cobrar, talvez ainda sem se abrir totalmente. Mas deixando amar, e amar, e ver o que o amor pode trazer. De qualquer um dos amores. Do meu amor, principalmente.

"Mente ao meu coração
Mentiras cor-de-rosa
Que as mentiras de amor
Não deixam cicatrizes
E tu és a mentira mais gostosa
De todas as mentiras que tu dizes"

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Revirar as gavetas do tempo só traz: saudade e um leve coçar do nariz. Deve ser a poeira.

"Meu amor é teu
Mas dou-te mais uma vez
Meu bem
Saudade é pra quem tem"

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Um texto perdido no tempo

Ser pela metade não dá. Gosto da alma completa, conversas sem cortes, olhos que preferem não mentir.

Já tentei ser menos por inteiro, não entregar o jogo rapidamente. Mas isso não sou. Se gosto, me derreto, me confio ao outro – e daí saíram tantas decepções.

Hoje, tento enumerar o que me falta nos outros. Tento desvendar as falsas amizades complexas, redondas. Incomoda vislumbrar a verdade, mas conforta saber exatamente o patamar exato das coisas.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Do que ficou no ar


A pergunta direta, sem nem um olhar no olho. E a resposta monossilábica, como se não existisse.

O olhar que ficou perdido entre um trânsito e um mar.

O mar que não conseguiu lavar a alma.

A amizade que nunca conseguiu transpor alguns detalhes.

As afirmações que nunca foram respondidas; os questionamentos que sempre foram traduzidos para o contexto que não o verdadeiro.

O silêncio que não é começo nem fim.

Muitos atropelos, incompreensões e indefinições. E a vida precisando continuar o curso.

segunda-feira, 21 de março de 2011

para acabar

"Por que não querer todos os dias aquele abraço quente, dormir de conchinha, rir ao adormecer, piadas muito particulares, linguagem própria, segredos e sexo pela manhã? Por que eu não haveria de gostar de saber de cor seus gostos e preferências, suas chatices e manias? Mas a vida acharia uma outra forma de eternizar esse 'sim'".

Para Francisco, Cris Guerra.



Foto guardada há tempos, com carinho, mas já sem o endereço de destino e feitura.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Um dia desses...


Se fosse fácil mudar as vontades, eu casaria com ela. Por saber que o produto é mais que bom. Por saber que ela me guiaria nas danças, sem nenhum problema. Por saber das coerências dela. Por também querer escutar Cazuza e Barão na igreja – ou onde pudesse ser o nosso casório.

Por saber, ainda, que a cara de braba, de poucos amigos, esconde uma meiguice inestimável, um ombro sempre atento para confortar, uma bochecha sempre pronta para um beijo. Por saber que ela faria pão para mim, e babaria a performance de Wagner Moura até em uma comédia brasileira sem tanta graça assim.

Ela, talvez, ainda me ensinaria algo sobre os amores infrutíferos, e sobre uns valores humanos mais do que necessários. Porque um dia desses, quem sabe, eu me caso com você.


Do amor


"O meu amor corre devagar, anda no seu tempo
que passa de vez em vento
Como uma história que inventa o seu fim
quero inventar um você para mim
Vai ser melhor quando te conhecer"

Foto de Bruna Monteiro. Música de Tulipa Ruiz.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Fantasias


“Ah, as fantasias sobre o amor absoluto. Sinto muita inveja da Mãe, cada vez que me lembro dessa história. E daria um braço, desde que não o meu braço de pintar, para ser objeto de um amor destes. Para ser a menina dos olhos de alguém. Deve ser uma sensação maravilhosa saber-se responsável pelo sorriso do outro, uma fonte inesgotável de poder”.

Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite, de Fal Azevedo.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Não repito apelidos, músicas, lugares. Mas repito saudade. Tudo culpa da minha ineficiência de finalizar ciclos. Hoje, essa bendita corrói tudo aqui. Tento um choro tímido, penso nas palavras que guardei e jamais consegui retirar da gaveta. Personifico outros sorrisos para minha galeria abastecida de expressões já amareladas pelo tempo.

E o tempo... Não para, não volta, não perdoa. E incomoda.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"E dos amigos que se foram
Eu hoje estou com saudade
Na noite quente e no calor
Que sobe do asfalto
Saudade quente
Saudade da roda de cerveja
Dos amigos da madruga e
Saudade de nadar no mar
E um dia ter sido mais puro
Saudade da primeira namorada
E namorado também
Saudade, principalmente
Da irresponsabilidade
Saudade, meus amigos
Daqui a pouco vou estar com vocês"

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

de abrigo político em abrigo político, vou criando minhas alianças partidárias.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Esconderijo

"Havia qualquer coisa de mágico numa ilha - a simples palavra sugeria fantasia. Perdia-se o contato com o mundo - uma ilha era um mundo próprio, um mundo à parte. Um mundo, talvez, do qual nunca poderemos regressar".

E não sobrou nenhum, Agatha Christie.

domingo, 30 de janeiro de 2011


Repetindo:

"Mas, é incrível: quando a gente perde alguém, não falta um pedaço. Esse alguém passa a fazer parte da gente". C.G.

Desde [antes de] ontem essa frase martela aqui. O que se perde, o que se ganha, qual o pedaço que fica no caminho da estrada que se divide?

Apesar da tatuagem, que tanto gosto, sonho, agora, por menos aglutinação. Porque o pedaço que passa a fazer parte quer, a todo momento, a todo custo, mostrar que está ali, figurando. Quer mostrar que é seu, apesar de sê-lo apenas metaforicamente. E sobra o latejar das pontadas.

É, neste caminho, intitulado talvez como o da volta, será necessário reaprender a ser o “eu, nós, todos”, destacando aquilo que a primeira pessoa consegue ser. Vai doer [está doendo], mas é preciso encurtar distâncias, é preciso achar a essência que ainda não se perdeu.

***

E do Personare:

O CEIFADOR

A IMPORTÂNCIA DE DEIXAR IR

Cultivar o desapego é um dos conselhos fundamentais dado pelo arcano chamado “O Ceifador”, Lucas. Existem momentos da vida em que somos desafiados a perder cascas, a compreender a importância de caminhar, deixando paisagens para trás. Ainda que isso doa, uma vez que nosso ego se estrutura a partir de apegos e identificações, é a compreensão meditativa de que tudo passa que lhe permitirá seguir caminhando e, enfim, abrir-se ao novo que belamente se introduz em sua vida, pouco a pouco, passo a passo, até que você apareça com a alma totalmente renovada. Procure se interiorizar neste momento, evitando grandes atividades sociais. Faça este contato com o núcleo da sua alma e você entenderá quais são as coisas que precisam ser deixadas para trás.

Conselho: Viver é perder cascas continuamente!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

"Mas, é incrível: quando a gente perde alguém, não falta um pedaço. Esse alguém passa a fazer parte da gente". C.G.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Só eu sei teu nome mais secreto


Sou cíclico, mas não admito certas repetições. Apelidos carinhosos, por exemplo. Jamais deixarei alguém tentar, mesmo que sem saber, inicialmente, usar alguma alcunha que foi de outrem. A palavrinha que soava brega, por exemplo. Dava uma certa vergonha, proferida em público, mas tinha sua fofura, e só fazia sentido naquele momento, com aquela pessoa.

Uma outra, sempre no diminutivo, então, é ainda mais complicada. Letras unidas em uma palavra mais do que genérica, que, mesmo parecendo decrescida visualmente, representava bem, acho, aquilo que a relação queria ser, e pedia.

É. Eu vou, volto, desenlaço, volto a fazer o nó, viro o jogo, reencontro algumas cartas do baralho, mas repetir os apelidos, ah, isso eu não faço.

"Só eu sei teu nome mais secreto
Só eu penetro em tua noite escura
Cavo e extraio estrelas nuas
De tuas constelações cruas"

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Dias intranquilos

Daí você começa a sentir um cansaço extremo. Um sono que não tem fim. Uma falta de vontade sem tamanho. Tanta coisa para fazer, tanta decepção, de tantos. Sem falar neste estado de indiferença que não comporta o que eu sabia ser.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Mais tempo de delicadeza

“Aprendemos, então, que se ama diferente em cada idade. E a perícia maior na arte de amar é descobrir as sutilezas do amor que em cada idade o amor nos doa”.

Affonso Romano de Sant’Anna, O que aprendemos até agora, em Tempo de delicadeza.

***

E uma foto.