quarta-feira, 27 de abril de 2011

Porque se ama

Há quatro anos, aprendi que se ama incondicionalmente mesmo sem conhecer o ser amado. Quatro anos depois, felizmente, tive a certeza do amor em um abraço de chegada, e num sorriso que reluz vida. Certeza também que existe amor que não pede nada, só existe.

Aprendi também que é possível amar de uma forma meio bronca. Sem nenhuma palavra de afeto, sem nenhum contato que possa parecer mais íntimo. Apenas pelo dia a dia, por uma conversa sorrateira, por um cuidado que parece não ser, por quase nada. Só por parecer um amor invisível.

Aprendi que o amor pode ser complicado. Achar que é isso, depois aquilo, depois nenhuma das duas coisas: um misto. Às vezes assim, nos dias pares; às vezes assado, nos dias de tormenta. E mesmo confuso, mesmo cuidadoso, entre mãos entrelaçadas ou não, continuar amando.

Entendi que se erra muito amando. Se perde muito no caminho do amor. Mas, do nada, numa viela estreita, o amor se mostra de novo, outro, renovado, dando até vontade de dizer que se ama, de boca cheia mesmo – amor gordo –, mesmo que o ideal não seja dizer isso. Mas se diz, num gesto, num comentário simples, no silêncio demorado do olhar na hora da despedida.

Aprendi que o amor se preocupa, cuida ao seu modo, mesmo parecendo o modo incerto. O amor se revela na intimidade, na associação que se faz de tudo com o amado, da saudade que chega depois de 20 minutos da presença.

Se ama de tanto jeito, o tempo todo. Se desama também, mas disso não quero falar. Só quero falar que se ama, agora tentando não pedir mudanças, sem cobrar, talvez ainda sem se abrir totalmente. Mas deixando amar, e amar, e ver o que o amor pode trazer. De qualquer um dos amores. Do meu amor, principalmente.

"Mente ao meu coração
Mentiras cor-de-rosa
Que as mentiras de amor
Não deixam cicatrizes
E tu és a mentira mais gostosa
De todas as mentiras que tu dizes"

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