segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O que falta – ou o que sobra


Depois do choro, fica o pensamento: é pelo vazio? Que vazio? Se fosse assim, nada existiria, muito menos o choro. Também não se está completo. Talvez falte um pingo, falte a presença. Falta você.

Ficou aquele cheiro que não é de perfume, não é de desodorante. É de pele, é sentido quando se está juntinho, talvez tendo seu auge durante o despertar.

Ficou a trilha sonora. E até hoje não entendo o motivo d’ela ter como single principal o que foi. Ao menos sei que a compilação teve seu material extra transbordado apenas em um dos lados, não sei se o A ou o B.

Ficaram as manias, as expressões, os cacoetes – no fim, como um filho, que não é de nenhum especificamente, é dos dois por direito – ou de quem não consegue se desvencilhar disso.

Ficou a vontade, o sorriso, o olhar, o abraço, a pele, o silêncio, o tom de voz (o nosso), o sono por vezes perturbado, o céu, os lugares. Ficaram as datas, as lembranças. E o vazio, que, quando percebido, é transbordante.

Sobrou muito da gente em um só. Mesmo sabendo que o a gente foi tão efêmero, que não existe mais. Contudo, isso não sai. Com bucha, com sabão, com álcool – nem com faca. Ficou tudo. Às vezes, só falta você.

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